Apartamento MNG
«Há uma certa procura na materialidade que me agrada. Essa procura foi um processo na medida em que não comecei assim, mas, com o passar do tempo, fui experimentando, e fui-me sentindo cada vez mais confortável com este tipo de intervenção. Às vezes dizem-nos que os nossos projetos têm um aspeto bastante dispendioso. Sei que algumas imagens transmitem isso, mas tentamos encontrar aquilo que ninguém quer ou o bloco de pedra que estava escondido. Na cozinha há um pavimento em mármore português, com um veio na pedra, que é exemplo disso. Só não tem um nome italiano e não custa uma fortuna. Eu sei que o país não foi todo desenhado com projeto de execução. Se fosse, se calhar não haveria habitação suficiente, não haveria escolas suficientes, e por aí fora ― embora encontremos na história, e não é nada de novo, certos pormenores num edifício que não aconteceram por acaso. Foram desenhados assim. E tal não deve ser visto como um exercício de autoridade. No meu caso, em particular, não é de todo um exercício de autoridade, porque existe uma relação de grande cumplicidade com os clientes.»