CIRA • Ampliação
Uma dupla vontade
«Fiz o curso de Arquitetura em Lisboa e, portanto, havia uma parte de mim que queria continuar na cidade. Havia também outra parte que, de alguma forma, percebia que Lisboa já tinha arquitetos que chegasse. O resto do país, com exceção do Porto, não tinha arquitetos. Ainda sou de uma geração em que grande parte das câmaras municipais não tinha arquitetos; hoje em dia seria impensável, mas à época era a realidade. Naturalmente, as oportunidades de trabalho fora de Lisboa eram mais, e por outro lado também achei que podia dar um contributo (ou no mínimo fazer esse esforço) onde essa necessidade era mais premente. Em determinado momento, o arquiteto tem de se questionar, de se desafiar e construir o seu próprio percurso. Acho muito interessante, na arquitetura, o estímulo constante de nos desafiarmos novamente a cada dia. Por um lado é muito cansativo, mas, por outro, é o motivo que nos faz levantar da cama.»